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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Trabalho Acadêmico apresentado como requisito parcial da disciplina de Homiletica

HOMILIA PARA A SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Ideia principal: CRISTO, REI E PASTOR, JULGARÁ OS SACERDOTES
1º ponto: AOS SACERDOTES DA DIREITA
2º ponto: AOS SACERDOTES DA ESQUERDA

Do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 25, 31-46:

Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar? Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes. Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes. Também estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos? E ele responderá: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna.

Diletíssimos irmãos no presbiterato:
Hoje, regozijamo-nos pela grande solenidade de Cristo Rei. Rendemos graças a Deus por mais um ano litúrgico que passou, cheio de trabalhos pastorais para nós, sacerdotes. Agradecemos, principalmente, porque Ele não deixou faltar a sua graça e sua fortaleza em nossas vidas.

A santa liturgia de hoje nos convida a olhar para a pessoa de Cristo, Rei do universo, de acordo com a imagem apresentada pelo profeta Ezequiel: o rei-pastor que julga entre ovelha e ovelha, entre carneiros e cabritos. O Evangelho nos diz que “todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda”. (Mt 25, 32-33) Reflitamos sobre o nosso ministério de pastores do rebanho ao qual o Senhor nos confiou, mas também como ovelhas de Seu rebanho.
Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. (Mt 25,31) E sentar-se-á para julgar. Sabemos que nós, sacerdotes, também seremos julgados, porque também somos ovelhas. Além disso, pesa sobre nós, como diz São Tomás de Aquino, “sacerdotes da nova lei”, a grande responsabilidade de “agir em sua pessoa”. São João Maria Vianney diz que “se soubéssemos o que é o sacerdote na terra, morreríamos, não de espanto, mas de amor”. O sacerdócio é um dom imerecido por nós, e devemos levá-lo humildemente. Pesa sobre nós também a responsabilidade da salvação das ovelhas a nós confiadas. No primeiro ponto, veremos o que o Senhor, Rei e Pastor, dirá aos sacerdotes que estiverem à sua direita; no segundo, o que ele dirá aos sacerdotes que, porventura, estiverem à sua esquerda. 

AOS SACERDOTES DA DIREITA

“O Senhor disse claramente que cuidar de seu rebanho é uma prova de amor para com Ele.” São João Crisóstomo

Não é justo que estejamos do lado direito, com as ovelhas de Cristo? Pois quem vive fisicamente (digo “fisicamente”, porque nem sempre estamos espiritualmente) mais perto de Cristo do que nós, a cuja voz tão indigna ele desce à terra? Pois nem aos anjos foi dada essa graça. Com o poder que carregamos em nossas mãos, não deveríamos lutar para que todos estejam à direita do Rei, e o seu lado esquerdo esteja vazio?
Seria próprio de nós, sacerdotes, ouvirmos de Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai...”; mas será que ouviremos? Sabemos que seremos cobrados mais, porque conhecemos mais (será que conhecemos?). Como boas ovelhas de Cristo, que nós ouçamos: “Eu estive com fome e sede e me destes de comer e beber com o pão material, mas também com o pão da palavra e da Eucaristia; destes-me de comer com a vossa vida, com a vossa doação, com o vosso zelo e amor de pastor e pai, por meio da dispensa dos sacramentos com amor; acolhestes-me quando eu era excluído por todos, seja por qualquer motivo que fosse: pelos pecados, pobreza, religião ou raça etc; cobristes minha nudez, dizendo em meu nome: “EU te absolvo dos teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”; “remodelastes-me, restabelecestes em mim a imagem de Deus e me recriastes para o mundo do alto ”[1]; inspirastes-me por meio da vossa santidade a ser santo e viver na graça de Deus, principalmente quando me dirigiste espiritualmente. Eu estava doente e preso e me visitastes, cuidastes de mim, por meio da Unção, mas também por meio da vossa oração sincera e pura; fizestes sacrifícios e intercedestes para que a minha alma fosse curada e liberta dos vícios, das amarras do pecado e das correntes do ódio; exercestes vosso ministério por meio do perdão e da reconciliação, da autoridade a serviço da unidade e caridade. Enfim, fostes promotores da paz e apascentastes com amor.
Que alegria, irmãos, podermos ouvir isso de Cristo, nosso amigo íntimo e verdadeiro sacerdote da nova aliança, cujos lábios, como diz o salmista, espalham a graça e o encanto!

AOS SACERDOTES DA ESQUERDA

Olhando agora o outro lado, como será o nosso julgamento, irmãos, já que muitas vezes o Senhor teve que proteger as suas ovelhas das presas de nossas bocas, nós, seus pastores?
Não seria próprio de nós, sacerdotes, mas do Diabo e de seus anjos ouvirem do Bom Pastor: “Afastai-vos de mim, malditos!...” Podemos, porém, ouvir, se não estamos fazendo tudo para os irmãos, com a consciência de que estamos fazendo para Ele (Jesus). Não aconteça, irmãos, que, tendo oferecido o sacrifício durante toda a vida na terra, não sejamos considerados dignos nem de provar das iguarias do grande banquete celeste, porque esquecemos de que nada do que dispensamos é nosso, pois somos apenas simples administradores; porque colocamos em primeiro lugar coisas efêmeras como são as vestes litúrgicas ou os bens materiais como casa, carro etc. em relação ao empenho pela santidade do nosso ministério; porque não deixamos tudo para segui-lo, e, sim, conservamos outros amores, tendo, assim, o coração diviso.porque quisemos ser maiores que o Senhor e esquecemos de que viemos para servir aos irmãos, fazendo-se os últimos; não para ser servido, mas dar a vida pelas ovelhas. Santo Agostinho nos diz que “Deus reclama dos maus pastores as suas ovelhas e pede-lhes contas das que morreram [...]” Diz ainda: “é justo que este (mau pastor) seja condenado”, pois “‘dizem o que é meu, fazem o que é seu’”.
Não aconteça que o Rei nos diga: “Eu estava com fome e sede e não me destes de comer e beber, mas fostes mercenários, pensando só em vós e apascentando-vos a vós mesmos; fostes negligentes na celebração da Eucaristia, deixando de celebrá-la ou celebrando sem zelo ou preparação alguma. Aproveitastes das minhas ovelhas, de sua lã, de seus bens, como diz o profeta Ezequiel: Vós não fortaleceis as ovelhas fracas; a doente, não a tratais; a ferida, não a curais; a transviada, não a reconduzis; a perdida, não a procurais; a todas tratais com violência e dureza. Além disso tudo, praticastes a simonia, vendendo os sacramentos por um alto preço; celebrastes, mas o vosso coração não estava na celebração, e sim nas vossas coisas. Buscastes a vossa glória, esquecendo que eu sempre me esquivei quando me quiseram fazer rei e exerci minha realeza na cruz, pois Eu só buscava a glória do Pai. Fostes escandalizadores, em vez de evangelizadores, pregando as vossas ideias desregradas e a vossa palavra, não a minha, sendo desobedientes e prejudicando a fecundidade apostólica da minha Igreja. Mesmo sendo assim, tão falhos, fostes desumanos e despóticos, sendo os primeiros a discriminar os outros, em vez de gastardes o vosso tempo no  confessionário. A partir do sacramento da Reconciliação, eu quis salvar as almas, mas vós não vos pusestes como instrumentos nas minhas mãos. Não tivestes uma vida de oração, mas a esqueceste, como se fosse possível viverdes sem ela; vós, que estáveis à frente de um rebanho e precisáveis de forças para lutar pelo povo; vós, que fostes chamados por mim para uma vida de renúncia, a qual não é possível sem a oração.
Que tristeza indizível para um sacerdote ouvir isso! Seria melhor não ter nascido, pois levou muitos para o bom caminho, mas também levou muitos para a perdição, além de perder a sua alma.
Em qual lado, meus irmãos, estaremos nós, constituídos por Cristo pastores e reis; nós, que renovamos todos os dias o sacrifício pascal de Cristo; que deixamos tudo por Cristo (ou será que não deixamos?) para sermos os dispensadores dos seus tesouros, santificadores da Igreja por nossa oração e trabalho, pelo ministério da palavra e dos sacramentos, pelo nosso exemplo, não agindo como senhores, mas como modelos do rebanho?
Lutemos e oremos muito para que nunca nos falte a graça de Deus e não nos venha a acontecer de nos perdermos. Recomendemo-nos, irmãos, à Virgem Santíssima, Rainha do clero e Mãe do sacerdócio, para que ela interceda por nós ao Seu Filho Jesus, a fim de que sejamos fiéis ao sacerdócio, ao chamado que ele nos fez, confiando-nos tão precioso dom; que sejamos dignos de receber de sua imensa bondade a recompensa de uma fiel administração.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo! Para sempre seja louvado!



Wellington Barbosa
2º Ano de Teologia
Seminarista da Diocese de Penedo - AL

[1] São Gregório de Nazianzo.

A Importância da Missão dos Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e no Mundo

 
Queridos irmãos e irmãs,





O Concílio Vaticano II resgatou de maneira iluminada o papel do leigo(a) na Igreja, por isso, hoje, graças a Deus, homens e mulheres leigos, jovens e até crianças fazem um trabalho maravilhoso de evangelização. Em nosso Continente, onde há uma enorme falta de sacerdotes, o leigo pode e deve dar a sua grande contribuição à igreja na missão de salvar almas. O nosso Catecismo (CIC) diz que "todo leigo, em virtude dos dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja 'pela medida do dom de Cristo'" (Ef 4,7) [CIC§913].

A área específica do leigo é o apostolado no mundo secular, inserido nas realidades temporais, na escola, na indústria, na economia, política, artes, música, etc. participando, como cristão, das atividades do seu estado de vida e trabalho social. O mundo é o campo de trabalho do leigo. Os cristãos que assumem a proposta do Cristo tornam-se como que ramos vivos da videira e inseridos num dinamismo que dá vida na Igreja e na sociedade. Consciente disso sentem-se no deve de ir para além das barreiras que se encontra no mundo, onde a Igreja faz-se presente com a missão de evangelizar. Nisto, está a importância do leigo (cristão) . Ele que é Igreja "sal da terra e luz do mundo" (Mt 5,13a. 14a), é um sinal, da presença de Deus no mundo.

Falando da importância dos cristãos para a missão evangelizadora da Igreja, podemos dizer que, "a Igreja se acha deveras consolidada, não vive plenamente, não é um perfeito sinal de Cristo entre os homens, se ai não existe um laicato de verdadeira expressão que trabalhe com a hierarquia. Porque o Evangelho não pode ser fixado na índole, na vida e o trabalho dum povo, sem a ativa presença dos leigos". Nesta missão, inseridos na sociedade, com o dever de ser testemunhas de Cristo no mundo, evidentemente, estarão sujeitos a enfrentar desafios, por causa das diversidades de culturas, costumes, crenças,etc., que exigirão maiores desempenhos em todo trabalho de evangelização, para assim responder as ânsias dos homens e mulheres do mundo moderno, que, desde sua origem são atraídos por Deus.

Nós leigos queremos a Igreja conforme Jesus a instituiu e a organizou e não segundo o parecer e a vontade dos homens. Toda doutrina que destoa do que  vem do Senhor - através do Magistério- deve ser abandonada e corrigida. Ás vezes se fala perigosamente de "Uma Igreja, Povo de Deus", sem uma autêntica hierarquia; esta é uma igreja falsa. A nossa segurança é estar em comunhão com o Magistério, obedecer ás diretrizes do Papa, a quem Cristo confiou a sua Igreja: "Sobre ti edificarei a minha Igreja..." (Mt 16,17) ."Pedro(...) apascenta as minhas ovelhas " ( Jo 21,17).

Por outro lado, o leigo precisa conhecer a doutrina que Cristo ensinou á Igreja e que está de modo especial muito bem sintetizada no Catecismo da Igreja Católica. O Papa Bento XVI disse a um grupo de bispos ucranianos que. "A formação de um laicato que saiba dar a razão da sua fé é mais necessária que nunca em nossos tempos e representa um dos objetivos pastorais que terá que se perseguir com empenho". Uma vez que o trabalho do leigo cresce hoje na Igreja, assim também  sua formação precisa ser cada vez mais esmerada. Ele não pode ensinar o que quer, mas o que a Igreja ensina.

Mas do que nunca a Igreja precisa hoje dos leigos no campo de batalha do mundo; pois hoje Ela é magoada, ofendida, perseguida e tida por muitos como a culpada de todos os males. Escândalos e blasfêmias se repetem a cada dia. Uma escala de valores pagãos tenta insistentemente substituir a civilização cristã por uma cultura de morte (aborto, eutanásia, destruição de embriões, contracepção, prática homossexual...); e Deus vai sendo eliminado na sociedade como se fosse um mal e a religião católica vai sendo atacada por um laicismo agressivo anticristão.

É hora de saber quem é verdadeiramente cristão, quem ama a Deus de verdade, a Jesus Cristo e a Sua Igreja. Que nós leigos e leigas tenhamos sempre a coragem e a ousadia de levarmos a força da Evangelização a todos os que precisam, com um renovado ardor missionário.



A todos o meu fraterno abraço,



Maria Viviane de Almeida

Paróquia de Santa Rita de Cássia


domingo, 13 de novembro de 2011

REFLEXÃO SOBRE A SANTIDADE

SANTIDADE

A santidade, como estado, é originalmente a essência de Deus; nos homens, de forma derivada, é uma participação por graça da santidade de Deus. Deus é o muito santo, o três vezes santo. Santa é a humanidade de Jesus Cristo em virtude da união hipostática. Totalmente singular é a santidade da Maria, concebida sem pecado.
Santa é a Igreja, como Corpo místico de Cristo e Esposa do Espírito Santo. Santos são os cristãos em virtude do batismo. Todos estão chamados na Igreja -diz a LG 39- à santidade, conforme escreve o apóstolo: "Esta é a vontade de Deus: que lhes santifiquem» (1 Tes 4,3). Todos os fiéis de qualquer estado ou grau estão chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade é única, mas se pratica e se exercita de maneira muito variada segundo o gênero e a condição de vida de cada um.
O primeiro dom e mais necessário para a santidade é a caridade, com a que amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor a Deus.
Escutemos esta história para melhor entendermos esse dom tão maravilhoso de Deus para conosco.
Havia um homem que depositava total confiança e amor em seu carro novo, mas não era um carro comum, era o melhor carro do ano, e para ele era especial, passava muito tempo cuidando dele, polindo, alisando, até mais que sua mulher e seus filhos. Certo dia ele havia saído para passear com seu carro e algo surpreendente acontece.... O que será? Ouve-se um grande barulho de metal sendo amassado, o homem para o seu carro novo e olha para a porta de seu carro, e imaginem o que ele viu? Pois é, havia uma marca na lataria do carro, como se alguém houvesse o atingido com uma pedra. E foi, um menino estava um pouco atrás de onde ele havia parado o carro, após ter ouvido o barulho, logo ele imaginou foi o menino quem jogou a pedra no meu carro. E foi até onde o menino estava e o agarrou pelo agasalho, e o sacudiu, sacudiu. O menino já estava quase sem fôlego quando disse para q eu explico, por favor, não me bata. O homem parou e perguntou o porquê dele ter jogado a pedra no carro. O menino diz: já estou aqui a mais de uma hora gritando e chamando todos os que por aqui passam, mas nenhuma pessoa me ouvia, então achei esta pedra e joguei no seu carro para que você parasse e me ajudasse, pois meu irmão caiu de sua cadeira de rodas aqui nesse barranco e eu não consigo retirá-lo de lá, o senhor poderia me ajudar? O homem para por um momento, olha para o rosto do menino e depois olha para o seu carro, tão lindo, onde ele dedicava muitas horas por dia para cuidar e agora estava com uma grande marca de uma pedrada. Ele se volta para o menino e vai até onde o seu irmão estava caído a mais de uma hora. Depois de ter ajudado ao menino ele entra no seu carro e volta para casa, pensando no que havia acontecido, e descobriu que estava fazendo uma coisa muito errada, então decidiu não mais concertar o carro, para que todas as vezes que olhasse para o carro lembrasse que Deus havia jogado uma pedra nele para que pudesse parar e olhar o que estava acontecendo a sua volta. E nós? Precisamos levar algumas pedradas? Para podermos olhar o que está acontecendo ao nosso redor? Pois é meus irmãos seminaristas, esse homem aprendeu dessa forma. É assim o nosso martírio.
O martírio, com o que o discípulo se faz semelhante ao Mestre, e que aceita livremente como ele a morte pela salvação do mundo, é considerado pela Igreja como um dom excepcional e como a prova suprema da caridade: "e se este dom se dá a poucos, convém que todos vivam preparados para confessar a Cristo diante dos homens e a lhe seguir pelo caminho da cruz em meio das perseguições que nunca faltam à Igreja» (LG 42).
A santidade da Igreja se vê favorecida além de forma particular pelos conselhos que propõe o Senhor no evangelho: a virgindade e o celibato, a obediência, a pobreza. Mas o concílio vaticano II nos recorda que todos os fiéis estão convidados a tender à santidade e à perfeição dentro de seu próprio estado, e que têm que esforçar-se em dirigir retamente seus próprios afetos, "não seja que no uso das coisas deste mundo e no apego às riquezas encontrem um obstáculo que os à parte... da busca da perfeita caridade» (LG.42).
Então amados irmãos busquemos como diz o saudoso padre Leo, as coisas do alto. Mas as busquemos sempre e sem esmorecer.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Mãe Maria Santíssima.












Wanderley Washington Albuquerque Cavalcante
1º Ano de Teologia
Seminarista da Diocese de Penedo - AL

Sacerdos Brasil - Homilias

13 Novembro
I Leitura: Pr 31, 10-13. 19-20. 30-31
II Leitura: 1 Ts 5, 1-6
Evangelho: Mt 25, 14-30
XXXIII Domingo do tempo comum

Irmãos e irmãs, amados no Senhor:

Muitas vezes escutamos que “o talento é herdado e o caráter modelado”. E poucas pessoas sabem a que talentos se refere a parábola do Evangelho de hoje: um “talento” era uma medida monetária, equivalente a 6 mil denários, o que um trabalhador levaria vinte anos para ganhar já que ganhava um denário por dia de salário.
Cada um de nós é único e nascemos com temperamentos diferentes. É claro, que a parábola nos pede para sermos produtivos e para isso devemos estar preparados e vigilantes.
Na realidade, qualquer coisa que tenhamos, qualquer oportunidade ou habilidade, pertence ao Senhor. Podemos possuí-la, mas Deus é o proprietário; nós somos simplesmente gerentes, administradores, e podemos ser servos fiéis e produtivos. O interessante é descobrir a oportunidade que Deus nos dá para servir, não para servir-nos dos demais nem dos bens e valores que nos confia. Pois Deus nos vai pedir contas de tudo. Deus sempre está por vir. Digam-me, quem tem a vida comprada ou alugada, quem sabe o dia e a hora em que partirá deste mundo?
Vamos refletir de que maneira estas oportunidades são nossas responsabilidades. Na medida em que tomamos consciência dos dons, talentos, virtudes, valores, capacidades e atitudes, na mesma medida e proporcionalmente se faz o ato consciente da responsabilidade. A responsabilidade é como um músculo, quanto mais se exercita mais cresce. Quanto maior a responsabilidade mais se cresce em oportunidade, produtividade e liberdade. O mesmo acontece na vida cotidiana, quando damos a um trabalhador, a um filho, a um aluno responsável mais oportunidades e mais liberdade. Isto torna a pessoa mais próxima e familiar, mais feliz e mais agradável toda relação.
Pensemos em como Deus nos convida à sua alegria, à sua festa eterna com os talentos que nos confiou para que administremos sendo mais produtivos. Não se trata de trabalhar para ganhar, mas de ser féis a Ele, a tudo o que vem de Deus para levar-nos a Deus. Insisto na pergunta: Quando alguém morre leva algo deste mundo? Só ficam os talentos diante de Deus para serem avaliados oportunidade por oportunidade, e responsabilidade por responsabilidade, que podem levar à felicidade de viver na comunhão com Deus.
Ser produtivos onde o Senhor nos deu a habilidade e a oportunidade! Por trás de cada habilidade há uma oportunidade e uma responsabilidade que Deus nos dá e esses são nossos talentos.
Portando, o cultivo das virtudes e dos talentos deve ser nossa meta. Quando fizermos um trabalho no qual somos hábeis, façamos esta pergunta: como meu trabalho beneficia meu próximo e em que glorifica a Deus?
Houve um professor de escola que faltava todas as quintas porque ele não queria que o sistema ficasse com seu dinheiro de licenças por enfermidade. Ironicamente, ele teve uma doença cardíaca e teve que ser operado e muitos de seus companheiros tiveram que ceder-lhe horas de licença por enfermidade, porque ele já tinha esgotado todas as suas.
Pensemos nisto. Não escondamos nem desperdicemos o talento que Deus nos deu, mesmo que pareça insignificante. Façamos o trabalho com amor e atitude de serviço a nossos semelhantes, e, mesmo que nos chamem de santarrões ou beatos, saibamos que é Deus quem nos dará os melhores créditos.


Enviado por Sacerdos Brasil
Pe. Nilo Vechi - LC

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

REFLEXÕES SOBRE O ABORTO EM QUESTÕES DE VIDA OU MORTE


NÃO AO ABORTO, SIM A VIDA!

                                                                                  


O ato de sacrificar humanos em funções de uma crença religiosa ou mesmo de ideologias dominadoras sempre se fez presente na história do homem. Para os pagãos, em épocas anteriores ao cristianismo, os sacrifícios não somente de animais mais também de gente eram tidos como um valor simbólico em atos de uma espécie de reconciliação com o divino. Esses sacrifícios humanos são eticamente maus dentro da razoabilidade judaico-cristã. Matar pessoas é contra a natureza psíquica e espiritual do homem. Ninguém, que tendo uma maturidade sadia, livre e consciente, desejará morrer inutilmente. O ser homem foi criado para a vida e não para a morte. A morte é conseqüência do que chamamos de pecado. “Caim levantou a mão contra o irmão Abel e matou-o” (Gn 4, 8). Aqui se encontra, portanto, a raiz da violência, o ato contra a vida.

Com a presença do cristianismo na história, o ato sacrifical pagão de homens e mulheres é visto de forma negativa, pois, agora, o amor caritativo é a chave interpretativa do agir cristão. É o próprio Jesus Cristo quem testemunha esse amor, porque o Deus-cristão é amor. É Ele mesmo quem dá a vida porque somente a Vida em si pode se oferecer sem nenhuma condição. É o amor que supera o egoísmo, o ódio e toda atitude de manipulação dominadora.

Em tempos hodiernos, entra em cheque o problema do aborto. Não tanto o aborto natural ou espontâneo, mas aquele que é provocado em diversas formas e ocasiões. É um ato intrinsecamente mau porque intenciona “a eliminação deliberada e direta, como quer que se realize de um ser humano na fase inicial de sua existência, o qual vai da concepção ao nascimento” (EV 58).

Tanto a ciência quanto a religião procuram responder aos diversos questionamentos, a respeito do aborto consciente e livremente efetuado, de acordo com os devidos métodos científicos, em suas respectivas áreas. É verdade que existem casos que precisam ser examinados cautelosamente para serem postos em discussão. Porém, nenhum desses possíveis e pretensos argumentos deve justificar a eliminação do feto inocente, ao menos na comunhão entre fé e razão defendida pelos fiéis cristãos. Para estes, os fins não justificam os meios.

Aqui, merecem respostas as seguintes perguntas: o ser humano tem o direito de tirar a vida do seu semelhante, especificamente de um indefeso uterino, com a finalidade de “outro bem qualquer”? Não teria ele a capacidade científica de descobrir novos horizontes em favor da vida e não da morte, já que a ciência é um dom de Deus? E, quanto à fé: seria ela tão irracional e ingênua a tal ponto de não poder sustentar os elementos essenciais da moral e da ética em consonância com a verdade científica? Na realidade, “quando a consciência, esse luminoso olhar da alma (cf. Mt 6, 22-23), chama “bem ao mal e mal ao bem” (Is 5, 20), está já no caminho da sua degeneração mais preocupante e da mais tenebrosa cegueira moral” (EV 24).

O cerne da questão, entretanto, é encontrar em diversos argumentos apresentados pela ciência e pela religião a razoabilidade na verdade que sintetiza a união entre fé e razão. É bom lembrar o que o grande filósofo, Aristóteles, já dizia: “todo excesso implica uma falta”. É preciso evitar tanto o fideísmo ingênuo e míope quanto o racionalismo embevecido de prepotência intelectual. Quem ousa dissociar a fé da razão possivelmente cairá em caminhos emaranhados, obscuros e unilaterais em relação ao problema abordado. A ciência teológica e a empírica devem ambas buscar a verdade que não se deforma em tempo algum.

 É bom saber que para os cristãos católicos, existem verdades de fé que não podem ser abolidas em função de mero capricho intelectual de qualquer cientista ateu. Aquele que é o doador da verdadeira ciência não se contradiz destruindo o que Ele mesmo criou por amor. O aborto provocado, por exemplo, jamais será aceito pelos discípulos de Cristo, sejam os do passado, do presente e do futuro. “Reivindicar o direito ao aborto (...) e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade: ‘ Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado’” (Jo 8, 34) (EV 20).

Por outro lado, quando alguém se coloca contra o aborto, por exemplo, não se deve negá-lo com argumentos meramente pragmáticos e utilitaristas (o útil e o agradável no sentido de buscar a sua própria satisfação pessoal e material), mas, antes de tudo, na defesa do maior dom que o homem recebeu: a vida. A vida é dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la a não ser o Próprio que a deu. Neste sentido, pensar com a fé cristã Católica não é pensar pequeno. A Igreja, assim sendo, se coloca como aquela que foi desejada, amada e querida pelo seu fundador, Jesus Cristo. Por isso fala em consonância com Ele: o Caminho, a Verdade e a Vida (cf.Jo14, 6). Por isso, Ela sempre estará na contramão de uma sociedade que despreza a vida e os verdadeiros valores que dignificam o ser humano.

A vida é, portanto, dom que supera os muros do espaço e do tempo. Vida que faz ver no outro a semelhança do Deus de amor revelado em Jesus Cristo. Vida que cuida do bem dos indefesos, a começar por aquela primeira unidade que chamamos de zigoto; o ser humano de corpo e alma que se encontra em formação no útero de sua mãe. Que os homens e as mulheres busquem acolher, sem cessar, esse dom maior, o primeiro de todos os direitos humanos.

Por José Adeilton
3º ano de Teologia

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A palavra de Deus






(...) na Igreja, veneramos extremamente as Sagradas Escrituras, apesar da fé cristã não ser uma « religião do Livro »: o cristianismo é a « religião da Palavra de Deus », não de « uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo ».






"O Sínodo convidou a um esforço pastoral particular para que a Palavra de Deus apareça em lugar central na vida da Igreja, recomendando que 'se incremente a pastoral bíblica, não em justaposição com outras formas da pastoral, mas como animação bíblica da pastoral inteira'."









(BENTO XVI, EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL VERBUM DOMINI,7 e 73)

domingo, 28 de agosto de 2011

Homenagem da Diocese de Penedo à todos os Padres

Ser padre
Este é o mês que comemoramos as vocações sacerdotais e religiosas, portanto, uma reflexão sobre o ser padre. O padre é tirado do meio do povo para configurar-se a Cristo. O sacerdote tem tão grande dignidade profunda de ter em suas mãos o poder de transformar o pão e o vinho que é fruto da terra e do trabalho humano no Corpo e no Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus se encarna pelas mãos do sacerdote em cada missa celebrada, tão grande mistério da transubstanciação, que nem aos anjos foram conferidos, e sim aos sacerdotes, homens frágeis, limitados, marcados pelo pecado, mas foi a eles que Deus confiou os sacramentos da Igreja. Como diz Santo Agostinho: “ó venerável dignidade a dos sacerdotes, entre cujas mãos o Filho de Deus encarna como encarnou no seio da Virgem Maria”. Por isso, S. Bernardino entre muitos outros, chama aos padres “pais de Jesus Cristo”. Jesus que se deixa encarnar nas mãos do padre. O sacerdote tem o poder de descer o Deus dos Céus e se fazer presente em suas mãos. Por que será que DEUS se deixa ser transformado pelas mãos muitas vezes indignas de o tocar? Muitas e muitas vezes, mais mesmo assim, se torna presente na Eucaristia. Tão grande Dom é o sacerdócio, Dom doado por Deus aos seus escolhidos, seus eleitos.
O padre tem o poder de perdoar os pecados em nome de Cristo, Ele que é o sacerdote, pastor do rebanho. O padre se configura a esse verdadeiro pastor, que não deixa suas ovelhas abandonadas, vai ao encontro das mais necessitadas, daquelas que precisam da sua presença, por isso, o sacerdócio não é nosso, mas de Cristo Jesus, não é humano e sim Divino. Ser padre é ser outro Cristo na terra “alter christus”, é um mediador entre Deus e os homens. Tira as pessoas que estão no caminho que pode levar ao inferno e conduzi-la aos Céus, mesmo que a sua alma não possa salvar. O padre renova a aliança do povo com Deus, ele reparte o pão transformado por suas mãos aos irmãos, filhos do mesmo Deus. Somos primeiramente agradecidos, amados por Deus, por ter nos escolhido dentre tantos homens para tornar-nos ministros do amor benevolente de Deus.






















Izaias da Silva
1º Ano de Teologia
Seminarista da Diocese de Penedo - AL

A Igreja Una e Santa

A Igreja é Una e Santa

A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo é una por sua fonte: A pessoa da Santíssima Trindade, um único e verdadeiro Deus, Pai e Filho no Espírito Santo. A Igreja já é por seu fundador: o príncipe da paz derramou o seu sangue na cruz, a fim de santificar e por sua cruz unir todos os homens em Cristo. Assim, a Igreja é Santa por sua essência.
A verdadeira Igreja é aquela que Jesus Cristo o Salvador, depois de sua ressurreição entregou a Pedro, para que fosse seu pastor e confiou aos demais apóstolos para propagá-la.
Sabemos que, na realidade, nesta mesma Igreja única de Deus, já antes dos seus primeiros anos de existência existem algumas cisões, que o apóstolo censura com vigor como condenável. As rupturas que ferem o Corpo de Cristo que é a Igreja (distinguem-se a heresia, a apostasia e o cisma e isso acontece por causa do pecado do homem.
A palavra escrita de Deus, a fé, a esperança e a caridade. Todos esses bens provêm de Cristo e levam a Ele e chamam, por eles mesmos, a uma unidade católica. Essa unidade, Cristã a concedeu, desde o início, à sua Igreja. Ele mesmo dá a sua Igreja o dom da unidade que Cristo quer para a sua Igreja. Que todos sejam um. Como Tu, pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste (Jo. 17,21).
A Igreja é aos olhos da fé Santa. Pois, Jesus Cristo a santificou, Filho de Deus, que com o Pai e o Filho e o Espírito Santo é o único Santo, Deus amou a sua Igreja como uma esposa. Uniu-se a ela como seu corpo, corpo de Cristo. A Igreja é santa, seus membros são considerados santos, porque fazem parte do corpo místico de Cristo. Todas as obras na Igreja tendem, levam a um fim, esse fim é a santificação de todos os homens em Cristo. É na Igreja que adquirimos a santidade pela graça de Deus. Na terra a Igreja já se encontra ornada, revestida com o manto da santidade, embora imperfeita por parte de seus membros. Assim, cheios de pecados, seja qualquer condição ou estado, são chamados por Deus, para seguir um caminho, à perfeição, à santidade pelo qual é perfeito o próprio Deus.
A Igreja reúne, portanto, pecadores alcançados pela salvação em Cristo, em via da santificação. Embora, a Igreja tenha membros pecadores, mas, pois não anula a sua santidade, sua divindade, não possui outra coisa se não a graça.



















Izaias da Silva
1º Ano de Teologia
Seminarista da Diocese de Penedo - AL


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Resposta da pergunta do Internauta Carlos Antonio Sobre Nulidade Matrimonial


Declaração de nulidade matrimonial

Caros internautas, nesta postagem, falaremos sobre uma questão muito delicada e difícil, que assola nossos irmãos (as) católicos que formaram vínculo de segunda união, e que os impossibilitam de contrair um novo matrimônio na igreja católica, por causa de um dos impedimentos matrimoniais. Aqui cito um desses impedimentos: "impedimento de contrair outro matrimônio por estar ligado ou preso ao vínculo anterior" ( Impedimento de vínculo anterior - CIC, Cânon 1085 - §1). Aqui, é claro ,é um caso particular, mas existe dentro do código de direito canônico uma variedade de impedimentos e vícios de consentimentos ( que afetam a vontade e liberdade dos cônjuges) e, assim, torna o matrimônio como inexistente sacramentalmente. Neste caminho que vamos percorrer acerca do matrimônio, vale a pena, antes de tudo, conceituar o matrimônio sacramental.
O matrimônio é dom de Deus, e é elevado à dignidade de sacramento quando duas pessoas livres e desimpedidas consentem, livremente, diante do ministro e das testemunhas, sendo isso acolhido pela Igreja como pacto sagrado . Para haver matrimônio, é fundamental que os cônjuges saibam a importância do sacramento, sejam catequizados para tamanha dignidade, pois, como aliança divina, o homem e a mulher devem estar cientes das propriedades e das finalidades do matrimônio: unidade e indissolubilidade, ou seja, este vínculo amoroso é para toda a vida, até que a morte os separe, e a finalidade deste ato é a procriação e educação da prole. Assim, nota-se os frutos de um casamento abençoado por Deus. Portanto, "o que Deus uniu, o homem não separe"(Mt 19,6), "o homem deixará pai, mãe e se unirá a uma mulher, e eles se tornarão uma só carne" ( Gn 2,24). A união conjugal, realizada e consumada, ninguém pode dissolver, pois é um sacramento inviolável. Nesta perspectiva, vamos refletir e conhecer o verdadeiro valor deste consórcio entre o homem e a mulher.
A questão aqui é muito ampla e, ao mesmo tempo, crucial para quem quer contrair matrimônio na Igreja e não pode, por causa de algum desses impedimentos matrimoniais. Mas, para quem vive nessa situação, a Igreja não abandona, não rejeita, mas acolhe e orienta para viver com essa cruz e poder, evidentemente, participar da vida da comunidade, sendo zelosos e assíduos em sua vida cristã.
Também, para quem está nesta situação irregular, existem algumas privações; uma delas é não poder se aproximar da mesa da comunhão e do sacramento da penitência. Porém, com o auxilio de Deus, pode, sim, ter uma vida ativa dentro da comunidade. Um exemplo disso é o movimento de casais de segunda união, verdadeiro testemunho de fé; e não abandonaram a Igreja; no entanto, vivem como verdadeiros casais no amor conjugal; apesar de não poderem regularizar sua situação, vivem os valores cristãos.
Muitas pessoas chegam até os padres para pedir orientação a respeito da sua situação irregular, e, nisso, pode-se ver se existe alguma falha ou negligência na elaboração dos proclamas, se houve alguma omissão por uma das partes, se contraiu matrimônio sem liberdade ou vontade etc. A partir desses pressupostos, podemos ver se há algum defeito que prove a inexistência deste sacramento. O sentido, aqui, não é anular o casamento, ou se a Igreja pode liberar para casar novamente. Não! Aqui se trata de uma investigação muito cautelosa, muito minuciosa e difícil para a Igreja. Na verdade, com esses defeitos, o sacramento nunca existiu, apenas aconteceu uma simulação, ou seja, um teatro, pois não havia todos os elementos necessários para realizar este sacramento. "Contudo, se uma das partes ou ambas, por ato positivo de vontade, excluem o próprio matrimônio, algum elemento essencial do matrimônio ou alguma propriedade essencial,contraem invalidamente".( Cân.1100-§2).
O que se pode conseguir é declarar este matrimônio nulo, entrando com um pedido de "declaração de nulidade matrimonial", através de um processo canônico feito na câmara eclesiástica diocesana, desde que umas das partes pertença a paróquia onde foi realizado o casamento.
Assim sendo, o vigário judicial ouvirá a parte demandante ( o solicitante), abrirá um processo ( uma introdução ao libelo, que é uma entrevista, e enviará este processo para uma primeira instância, e lá serão analisados todos os argumentos feitos pela câmara eclesiástica. Às vezes, não se precisa ir a uma segunda instância; quando os argumentos são precisos, logo na primeira instância, a parte demandante (a parte que pediu a declaração de nulidade) terá ganho a causa e pode contrair matrimônio na igreja católica, mas, antes, deve registrar no livro de batismo esta declaração para, assim, fazer os novos proclamas. Portanto, todos os registros matrimoniais devem ser feitos a rigor, segundo o código de direito canônico, para que se tenha eficácia legal e religiosa.



Davi Rithe Duarte
Seminarista da Diocese de Penedo - AL

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Primeiro encontro do Papa Bento com os Jovens na JMJ 2011.


Discurso do Papa na Festa de Acolhida dos jovens na JMJ 2011










                                                                                                                                                                 Queridos jovens amigos!






Agradeço as carinhosas palavras que me dirigiram os jovens representantes dos cinco continentes. Com afeto, saúdo a todos vós que estais aqui congregados - jovens da Oceania, África, América, Ásia e Europa – e também a quantos não puderam vir. Sempre vos tenho muito presente e rezo por vós. Deus concedeu-me a graça de vos poder ver e vos ouvir mais de perto, e de nos colocarmos juntos à escuta da sua Palavra.
Na leitura que há pouco foi proclamada, ouvimos uma passagem do Evangelho onde se fala de acolher as palavras de Jesus e de as pôr em prática. Há palavras que servem apenas para entreter e passam como o vento; outras instruem, sob alguns aspectos, a mente; as palavras de Jesus, ao invés, têm de chegar ao coração, radicar-se nele e modelar a vida inteira. Sem isso, ficam estéreis e tornam-se efémeras; não nos aproximam Dele. E, deste modo, Cristo continua distante, como uma voz entre muitas outras que nos rodeiam e às quais estamos habituados.


Além disso, o Mestre que fala não ensina algo que aprendeu de outros, mas o que Ele mesmo é, o único que conhece verdadeiramente o caminho do homem para Deus, pois foi Ele que o abriu para nós, que o criou para podermos alcançar a vida autêntica, a vida que sempre vale a pena viver em todas as circunstâncias e que nem mesmo a morte pode destruir. O Evangelho continua explicando estas coisas com a sugestiva imagem de quem constrói sobre a rocha firme, resistente às investidas das adversidades, contrariamente a quem edifica sobre a areia, talvez numa paisagem paradisíaca, poderíamos dizer hoje, mas que se desmorona à primeira rajada de ventos e fica em ruínas.
Queridos jovens, escutai verdadeiramente as palavras do Senhor, para que sejam em vós “espírito e vida” (Jo 6, 63), raízes que alimentam o vosso ser, linhas de conduta que nos assemelham à pessoa de Cristo, sendo pobres de espírito, famintos de justiça, misericordiosos, puros de coração, amantes da paz. Escutai-as frequentemente cada dia, como se faz com o único Amigo que não engana e com o qual queremos partilhar o caminho da vida. Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, extraviamo-nos por outra sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras mas interesseiras, enganadoras e volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração.
Aproveitai estes dias para conhecer melhor a Cristo e inteirar-vos de que, enraizados Nele, o vosso entusiasmo e alegria, os vossos anseios de crescer, de chegar ao mais alto, ou seja, a Deus, têm futuro sempre assegurado, porque a vida em plenitude já habita dentro do vosso ser. Fazei-a crescer com a graça divina, generosamente e sem mediocridade, propondo-vos seriamente a meta da santidade. E, perante as nossas fraquezas, que às vezes nos oprimem contamos também com a misericórdia do Senhor, sempre disposto a dar-nos de novo a mão e que nos oferece o perdão no sacramento da Penitência.
Edificando-a sobre a rocha firme, a vossa vida será não só segura e estável, mas contribuirá também para projetar a luz de Cristo sobre os vossos coetâneos e sobre toda a humanidade, mostrando uma alternativa válida a tantos que viram a sua vida desmoronar-se, porque os alicerces da sua existência eram inconsistentes: a tantos que se contentam com seguir as correntes da moda, se refugiam no interesse imediato, esquecendo a justiça verdadeira, ou se refugiam em opiniões pessoais em vez de procurar a verdade sem adjetivos.
Sim, há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não têm necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmo. Desejariam decidir, por si sós, o que é verdade ou não, o que é bom ou mau, justo ou injusto; decidir quem é digno de viver ou pode ser sacrificado nas aras de outras preferências; em cada momento dar um passo à sorte, sem rumo fixo, deixando-se levar pelo impulso de cada instante. Estas tentações estão sempre à espreita.


É importante não sucumbir a elas, porque na realidade conduzem a algo tão fútil como uma existência sem horizontes, uma liberdade sem Deus. Pelo contrário, sabemos bem que fomos criados livres, à imagem de Deus, precisamente para ser protagonistas da busca da verdade e do bem, responsáveis pelas nossas ações e não meros executores cegos, colaboradores criativos com a tarefa de cultivar e embelezar a obra da criação. Deus quer um interlocutor responsável, alguém que possa dialogar com Ele e amá-Lo. Por Cristo, podemos verdadeiramente consegui-lo e, radicados Nele, damos asas à nossa liberdade. Porventura não é este o grande motivo da nossa alegria? Não é este um terreno firme para construir a civilização do amor e da vida, capaz de humanizar todo homem?
Queridos amigos, sede prudentes e sábios, edificai as vossas vidas sobre o alicerce firme que é Cristo. Esta sabedoria e prudência guiará os vossos passos, nada vos fará tremer e, em vosso coração, reinará a paz. Então sereis bem-aventurados, ditosos, e a vossa alegria contagiará os outros.


Perguntar-se-ão qual seja o segredo da vossa vida e descobrirão que a rocha que sustenta todo o edifício e sobre a qual assenta toda a vossa existência é a própria pessoa de Cristo, vosso amigo, irmão e Senhor, o Filho de Deus feito homem, que dá consistência a todo o universo. Ele morreu por nós e ressuscitou para que tivéssemos vida, e agora, junto do trono do Pai, continua vivo e próximo a todos os homens, velando continuamente com amor por cada um de nós.
Confio os frutos desta Jornada Mundial da Juventude à Santíssima Virgem, que soube dizer “sim” à vontade de Deus e nos ensina, como ninguém, a fidelidade ao seu divino Filho, que acompanhou até à sua morte na cruz. Meditaremos tudo isto mais pausadamente ao longo das diversas estações da Via-Sacra. Peçamos para que o nosso “sim” de hoje a Cristo seja também, como o Dela, um “sim” incondicional à sua amizade, no fim desta Jornada Mundial e durante toda a nossa vida. Muito obrigado!




Saudação em português

Queridos jovens dos diversos países de língua oficial portuguesa e quantos vos acompanham, bem-vindos a Madrid! A todos saúdo com grande amizade e convido a subir até à fonte eterna da vossa juventude e conhecer o protagonista absoluto desta Jornada Mundial e – espero – da vossa vida: Cristo Senhor. Nestes dias ouvireis pessoalmente ressoar a sua Palavra. Deixai que esta Palavra penetre e crie raízes nos vossos corações, e sobre ela edificai a vossa vida. Firmes na fé, sereis um elo na grande cadeia dos fiéis. Não se pode crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé. A Igreja precisa de vós, e vós precisais da Igreja.


Fonte: Site da Canção Nova.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

BIOGRAFIA DE SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI






PAPA BENTO XVI















O Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi baptizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.
Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilómetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido «mozarteano», que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.
O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazista mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração da Santa Missa.
Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja.
Nos últimos meses da II Guerra Mundial, foi arrolado nos serviços auxiliares anti-aéreos.
Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1951.
Um ano depois, começou a sua actividade de professor na Escola Superior de Freising.
No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese «Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho». Passados quatro anos, sob a direcção do conhecido professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, conseguiu a habilitação para a docência com uma dissertação sobre «A teologia da história em São Boaventura».
Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bonn, de 1959 a 1963; em Münster, de 1963 a 1966; e em Tubinga, de 1966 a 1969. A partir deste ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade.
De 1962 a 1965, prestou um notável contributo ao Concílio Vaticano II como «perito»; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colónia.
A sua intensa actividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.
Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de München e Freising. A 28 de Maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade»; assim o explicou ele mesmo: «Parecia-me, por um lado, encontrar nele a ligação entre a tarefa anterior de professor e a minha nova missão; o que estava em jogo, e continua a estar – embora com modalidades diferentes –, é seguir a verdade, estar ao seu serviço. E, por outro, escolhi este lema porque, no mundo actual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona se falta a verdade».
Paulo VI criou-o Cardeal, do título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano.
Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de Agosto, que elegeu João Paulo I; este nomeou-o seu Enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional que teve lugar em Guayaquil (Equador) de 16 a 24 de Setembro. No mês de Outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.
Foi Relator na V Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos realizada em 1980, que tinha como tema «Missão da família cristã no mundo contemporâneo», e Presidente Delegado da VI Assembleia Geral Ordinária, celebrada em 1983, sobre «A reconciliação e a penitência na missão da Igreja».
João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981. No dia 15 de Fevereiro de 1982, renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de München e Freising. O Papa elevou-o à Ordem dos Bispos, atribuindo-lhe a sede suburbicária de Velletri-Segni, em 5 de Abril de 1993.
Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo.
A 6 de Novembro de 1998, o Santo Padre aprovou a eleição do Cardeal Ratzinger para Vice-Decano do Colégio Cardinalício, realizada pelos Cardeais da Ordem dos Bispos. E, no dia 30 de Novembro de 2002, aprovou a sua eleição para Decano; com este cargo, foi-lhe atribuída também a sede suburbicária de Óstia.
Em 1999, foi como Enviado especial do Papa às celebrações pelo XII centenário da criação da diocese de Paderborn, Alemanha, que tiveram lugar a 3 de Janeiro.
Desde 13 de Novembro de 2000, era Membro honorário da Academia Pontifícia das Ciências.
Na Cúria Romana, foi Membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica; e das Comissões Pontifícias para a América Latina, «Ecclesia Dei», para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canónico, e para a revisão do Código de Direito Canónico Oriental.
Entre as suas numerosas publicações, ocupam lugar de destaque o livro «Introdução ao Cristianismo», uma compilação de lições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e o livro «Dogma e Revelação» (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral.
Grande ressonância teve a conferência que pronunciou perante a Academia Católica Bávara sobre o tema «Por que continuo ainda na Igreja?»; com a sua habitual clareza, afirmou então: «Só na Igreja é possível ser cristão, não ao lado da Igreja».
No decurso dos anos, continuou abundante a série das suas publicações, constituindo um ponto de referência para muitas pessoas, especialmente para os que queriam entrar em profundidade no estudo da teologia. Em 1985 publicou o livro-entrevista «Informe sobre a Fé» e, em 1996, «O sal da terra». E, por ocasião do seu septuagésimo aniversário, publicou o livro «Na escola da verdade», onde aparecem ilustrados vários aspectos da sua personalidade e da sua obra por diversos autores.
Recebeu numerosos doutoramentos «honoris causa»: pelo College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; pela Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; pela Universidade Católica de Lima, em 1986; pela Universidade Católica de Lublin, em 1988; pela Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; pela Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999; pela Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polónia) no ano 2000.

Fonte: Site do Vaticano